sábado, 21 de abril de 2018

REAGE BRASIL

O BRASIL E O PARANÁ EM RISCO
Como amplamente divulgado, a União Europeia, organização que congrega 28 países da Europa e cuja sede é em Bruxelas-Bélgica, impôs embargos à importação de carnes do Brasil, especialmente de frango. A medida atinge 20 frigoríficos,8 deles do Paraná.

É um duro golpe pois, ao longo de décadas, aprendemos a transformar nossa grande produção de grãos (soja e milho) em carne, produto de maior valor. O Brasil se tornou o segundo produtor mundial ( mais de 13 milhões de toneladas por ano) e o principal exportador mundial (mais de 4 milhões de toneladas por ano). O frango brasileiro chega a mais de 150 países. Além disso, o frango é a proteína animal mais barata para baixa renda do consumidor brasileiro. Cada um dos brasileiros come, em média, cerca de 41 kg por ano.

O Paraná é grande nesse negócio. O frango é o segundo produto que mais valor gera em nossas propriedades rurais: mais de 15 bilhões de reais, quase 17% de tudo o que nossos produtores rurais produzem por ano. Nossos 18.000 avicultores, pequenos e médios, produzem mais de 1 bilhão e 800 milhões de frangos por ano, o que rende mais de 4.300.000 de toneladas de carne, das quais 1.570.000 toneladas são exportadas, gerando mais de 2 bilhões e 500 milhões de dólares em divisas por ano. A avicultura gera mais de 60.000 empregos diretos ( sim, com carteira assinada) e cerca de 600.000 empregos indiretos (fornecedores de insumos, máquinas, implementos, transportes, profissionais liberais, comerciantes, etc). O frango é o segundo produto  de nossa pauta de exportações. Afinal de contas, mais de 75% de tudo o que o Paraná exporta tem a ver com agricultura. O nosso estado é líder na produção e na exportação de frangos. As regiões onde se cria frangos têm uma dinâmica econômica diferenciada, com mais renda, menor desemprego e melhor condição de solos pelo racional aproveitamento de dejetos.

A medida adotada pela União Europeia é altamente preocupante pois, se a moda pega e outros países ou blocos econômicos imitarem, estaremos ferrados. Pode ser pior que a geada negra de 1975, que dizimou nossa principal base econômica, o café, obrigando o Paraná a se reinventar. A UE ameaça adotar a mesma medida com pescados....

Como profissional da área, sei da nossa condição de produção, com o uso de altas tecnologias, boas práticas, auto-controles, etc, embora possamos ter algum problema aqui ou acolá.

A decisão da União Europeia é dura e soa como uma barreira comercial, apenas. É que nós, por sermos grandes, incomodamos. Como sempre, os paises europeus querem proteger seus produtores. Nunca foi fácil para o Brasil competir com agriculturas altamente protegidas e subsidiadas com a Europa sempre fez. Mantida a decisão, pode ocorrer a desarticulação da produção no Brasil, com alto desemprego.

É preciso reagir rapidamente, negociar. Nossas autoridades do Itamarati, do Ministério da Agricultura e nossos adidos agrícolas em Bruxelas e Genebra devem agir com dureza, com nosso total respaldo. Pensou-se superada essa fase do comércio, quando, sem mais nem menos, se impõem barreiras comerciais meramente econômicas, protecionistas. Devemos negociar à exaustão e, se necessário e embora de efeito demorado, recorrer à OMC-Organização Mundial do Comércio, cuja sede é em Genebra-Suiça.  Na pior das hipóteses, devemos retaliar e impor restrições duras a toda forma de importações da União Européia, de quinquilharias a produtos sofisticados.

Temo que, se nada for feito, teremos um duro golpe no fígado de nossa economia.

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